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CRISTINÓPOLIS MT

CRISTINÓPOLIS MT

12
Fev18

2ª Narrativa

EU MESMO Quero Ler

 A distribuição das terras

Essa narrativa é de muita importância por ser a que fala da distribuição das terras, assentamento das famílias bem como do inicio das igrejas e o prestigio dos personagens. Também aqui falamos de mais quatro famílias pioneiras que são elas: As famílias do Angelim, do Chico Mota, Luiz Magosso, e Pedrão. Com teodolito aos ombros facão na cinta e moringa d’água nas mãos vai o Amaro engenheiro e sua equipe mata adentro fazendo picadas e demarcando as terras bem como o loteamento da cidade com o devido levantamento das datas, ruas e quarteirões. Assim quem chegou primeiro teve o privilegio de escolher as chácaras mais perto do núcleo da cidade. O Luiz Matias pegou uma área de um alqueire de terra do lado debaixo da vila e o sitio á dois quilômetros de distancia, o Vidal seu parente pegou a dele lá em cima do outro lado do patrimônio. O Baixinho pegou a chácara dele lá perto do Vidal. As terras do Pedrão eram na saída para o Panorama. O Chico Mota pegou a chácara dele na saída para Panorama e o sitio de trinta alqueires ao lado do Oliveira na nascente do córrego da alegria, o Lourenço escolheu o sítio dele bem pertinho da vila na beira do corgão, ótima localização para quem tinha cães de caça. Para o João Mineiro, o Aragão e o Catarussi a sorte caiu-lhes á beira do rio vermelho. As terras do Melquíades era lá no delta do rio tucanguira. A chácara e o sitio do Zé Laurindo eram ali mesmo pertinho da vila. Os Bortolossi pegaram um sítio perto da vila e uma área da boa terra do arroz às margens do rio vermelho. O Lúcio Fiorili e o Joaquim Martins de Souza também escolheram seus lotes aí mesmo perto da vila. Os 100 alqueires do José Filipe também era perto da vila. Para o Nego Amâncio saiu um sitião de 50 alqueires também lá no tucanguira além da chácara na vila em frente o campo de futebol. O Nego Zeferino comprou um lote de quarenta alqueires de terra no córrego da alegria. As terras do Marciano também eram logo ali além do corgão ao lado do Misael. As terras do Marinho eram ali perto do Marciano onde mais tarde nasceria a cidade de São Jorge. La nesse rio tucanguira tem uma cachoeira encantada que de vez em quando ela emite um som estridente que é ouvido a léguas de distancia, existem lá muitas cachoeiras, mas só esta é assim. Para o Tomás a sorte caiu-lhe lá no espigão nos confins da gleba boa vontade. O Monzar também tinha suas terras além do tucanguira. Os bons agricultores já diziam em rodas de amigos que a terra se conhecia pelas árvores. A selva de Cristinópolis era composta de muitas garapeiras, jatobás, angicos,perobas, pau d’alho, coqueiros e taquaras, e tinha muitas paineiras, além de belas palmeiras.

GARAPA.jpg

GARAPEIRA

(foto apenas ilustrativa)

Também lá existiu a ipecacunha (poalha) e as enormes figueiras. Ainda falando dos arbustos tinha também a temida urtiga de ramagem e de cipó, e o assa-peixe. Neste mesmo tempo eles marcaram o lugar para construir a igreja católica, e a casa do Zé Filipe escolheu o lugar para a assembléia de Deus e os Morais cuidaram da congregação. Além desses latifundiários existiu também uma enorme quantidade de sítios espalhados por toda a extensão da gleba. Terra em que se plantando tudo dava. Nem só de piquetes e balizas fez-se a memória da fundação de Cristinópolis, na fachada da casa do Zé Laurindo ficou exposto um casco de tatu canastra por muitos anos. O Osvaldinho tinha o mapa da vila para quem quisesse localizar ou mesmo comprar ou vender algum terreno. Lenda do tucanguira La em Cristinópolis de tempo em tempo houve se um barulho como de cachoeira que ninguém sabe de onde vem. Diz à lenda que num tempo muito antigo, ainda antes da fundação de Cristinópolis. Os poalheiros armavam acampamento à beira dos córregos e riachos. Num certo dia eles saíram para pescar nas águas do riacho goiabeira, e, eis que surgiu um monstro que devorou os peixes deste riacho. Os poalheiros então procuravam peixes nos outros córregos da região e não achavam. Então eles foram pescar no córgão e eis que o monstro já havia devorado os peixes do córgão também. Eles foram pescar no córrego da alegria, mas, assim como no córrego do escondido e no córrego da anta também não havia peixes, pois o monstro já havia devorado todos. Eles então foram pescar no tucanguira e o dia já ia declinando e, neste momento levantou um temporal e houve uma grande chuva que transbordava o tucanguira em todas as suas ribanceiras. As cachoeiras produziam um estrondo tão assustador que afugentou o famigerado monstro e os peixes do tucanguira ele não pode devorar. Até hoje a mãe d’água duas ou três vezes por dia agita as águas do ribeirão tucanguira a fim de enxotar o monstro e preservar os peixes. Talvez seja por isso que os córregos de Cristinópolis não têm peixes.

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