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CRISTINÓPOLIS MT

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12
Fev18

7ª Narrativa

EU MESMO Quero Ler

Loendros à beira do poço

Em qualquer sociedade sempre existe aqueles que se dão bem na vida e alcança o sucesso almejado, mas, tem aqueles que não conseguem realizar seus sonhos de uma vida mais digna. Este episodio encaixa muito bem na história de Cristinópolis.Existiu no arraial dos cabritos uma família numerosa cujo irmão mais velho (Loendros) era coxo das duas pernas. Também não falava nem ouvia. Este tinha quatro irmãos e quatro irmãs que se chamavam Sebastião, Joaquim, Bartolomeu e Benedito. As meninas eram: Conceição, Madalena, Francisca e Benedita, o Benedito e a Benedita eram gêmeos. Aqui também faz lembrar estas quatro famílias pioneiras: a casa do Petita, a casa do Lourenço, a casa do Zé Abrão e a casa do Zé Aurélio. O arraial dos cabritos não ficava muito distante da cidade grande, quem montasse a cavalo com meia hora de caminhada podia alcançar os subúrbios da metrópole. Loendros era portador de todas essas deficiências como vimos que para uns era tido como inválido, mas, quem via cara não via coração, pois Loendros era bem sintonizado com a família toda a ponto de que quando um dos seus familiares ficava doente ele também ficava triste. Quando tudo ia bem a casa ele era alegre, vivia de contínuo batendo palmas de alegria e fazia mímicas e todo gracejo o dia inteiro. Não se importava com roupa e nem calçados, o que vestia nele ele usava sem reclamar. Também não se preocupava com comida; se lhe dessem de comer ele comia e se ninguém se lembrasse dele ele não sentia falta. Numa ocasião a família toda passava por dificuldade financeira. Alguns deles estavam desempregados, tentavam a sorte no comércio, mas só arrumavam dívidas. Cobradores na porta de casa vinham toda hora para receber de duplicata vencida a cheque sem fundo. A depressão tomou conta de todo mundo. Os amigos mais chegados desapareceram, Loendros chorava muito. Loendros não andava, mas podia ir sozinho à qualquer parte pelo terreiro a fora se arrastando como criança que ainda não sabe andar. Por essa razão dona Benta sua mãe como todos demais tinha muito medo de qualquer hora ele cair no poço. Por algumas vezes tiveram que trazê-lo para dentro de casa já tirado da beira do poço. Lá um dia só estava Madalena com ele em casa. Distraída com os afazeres do quotidiano quando deu por fé lá estava ele à beira do poço. Madalena sozinha não dava conta de levá-lo de volta pra dentro de casa, e, olhando para ele via-o acenando em direção ao solo como que estivesse cavando para descobrir alguma coisa. Com picareta e pá nas mãos Madalena põe se a cavar a terra tão somente para agradar o seu irmão. E para seu espanto ali tão pertinho à flor da terra estava uma grande riqueza em pedras preciosas. Eram topázio, berilo, ouro, ametista, jaspe esmeralda e muitos diamantes que vendidos rendeu uma gloriosa fortuna. Loendros agora sorri o dia inteiro.

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